Expedição Literária Fernando Sabino

Com a estátua de Fernando Sabino em frente à Biblioteca do Estado de MInas Gerais em Belo Horizonte - Foto: Da Janela
Com a estátua de Fernando Sabino em frente à Biblioteca do Estado de MInas Gerais em Belo Horizonte - Foto: Da Janela

A Expedição Literária Fernando Sabino estava no nosso radar desde o primeiro momento. Quando nos demos conta de que em 2023 iríamos celebrar o seu centenário de nascimento, não tivemos dúvida: era em busca dele que partiríamos neste ano!

Assim nasceu a Expedição Literária Caminhos Fernando Sabino, embalada na experiência anterior, em torno de Erico Verissimo pelo Rio Grande do Sul. Foram meses pensando, planejando e organizando uma aventura de 20 dias por dois estados: Minas Gerais e Rio de Janeiro. Puxa daqui, estica dali e fechamos um roteiro com 13 cidades cortando, com dor no coração, algumas que queríamos muito visitar.

Antes de detalharmos a expedição, vamos falar um pouquinho do Fernando Sabino. Foi um dos principais escritores brasileiros do século 20, integrante da terceira geração de modernistas.

Quem foi Fernando Sabino

Fernando Sabino nasceu em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, em 12 de outubro de 1923 e morreu de câncer na véspera de seu aniversário de 81 anos, em 11 de outubro de 2004, em seu apartamento em Ipanema, no Rio de Janeiro (RJ).

Tem uma vasta produção literária, principalmente de crônicas, gênero que o consagrou. Mas publicou também romances, novelas, contos, crônicas de viagens e cartas com amigos.

O romance O Encontro Marcado (1956) é considerado sua obra-prima e traz em um relato ficcional um tanto autobiográfico. Escreveu também O Grande Mentecapto (1979) e O Menino no Espelho (1982), romances de grande sucesso, que foram adaptados para o cinema.

A correspondência trocada com a escritora e amiga Clarice Lispector foi publicada no livro Cartas Perto do Coração (2001). Também estão em livro as correspondências mantidas com Mário de Andrade (Cartas a um jovem escritor e suas respostas, 2003) e com os amigos da vida inteira Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e Hélio Pellegrino (Cartas na Mesa, 2002).

Por ter uma escrita ágil, fácil de ler e muito bem humorada, Fernando Sabino é considerado responsável por formar uma legião de leitores e de escritores. Se dizia sempre atento a tudo, como se olhasse algo pela primeira vez. Assim, aprendia sobre si mesmo enquanto escrevia a respeito do cotidiano ao seu redor. Em sua lápide está um epitáfio escrito por ele mesmo em vida: “Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino”.

Biografia de Fernando Sabino

O roteiro da Expedição Literária Caminhos Fernando Sabino

Gloria e Wanderley leem Fernando Sabino em Ouro Preto
Gloria e Wanderley leem Fernando Sabino em Ouro Preto – Foto: Da Janela

Tivemos dois eixos centrais para o roteiro da expedição: a biografia do próprio Fernando Sabino e o percurso realizado pelo protagonista de O Grande Mentecapto, Geraldo Viramundo.

Assim, Belo Horizonte, onde viveu até os 21 anos, e Rio de Janeiro, onde morou a maior parte da vida, seriam centrais para a expedição.

Depois, partimos para analisar os caminhos de Geraldo Viramundo. O personagem quixotesco criado por Fernando Sabino percorreu todo o estado de Minas Gerais e jamais saiu dele. No livro são narradas aventuras em mais de uma dezena de cidades. Muitas outras são apenas citadas muito rapidamente. Decidimos visitar aquelas onde as aventuras são narradas e traçamos um roteiro que coubesse em nosso tempo e em nossos recursos.

Aproveitamos ainda para conhecer locais de Minas Gerais muito interessantes pelos quais passaríamos perto. Finalmente fechamos a lista de 13 cidades em 20 dias:

  • Belo Horizonte;
  • Rio Acima;
  • Santa Bárbara (com Santuário do Caraça);
  • Catas Altas;
  • Mariana;
  • Ouro Preto;
  • Congonhas;
  • Tiradentes;
  • São João del Rei;
  • Barbacena;
  • Leopoldina;
  • Petrópolis;
  • Rio de Janeiro.

Belo Horizonte, onde Fernando Sabino nasceu

Praça da Liberdade e Palácio da Liberdade, Belo Horizonte - Foto: Da Janela
Praça da Liberdade e Palácio da Liberdade, Belo Horizonte – Foto: Da Janela

O coração de Belo Horizonte era o quintal de Fernando Sabino. Quando garoto e jovem, morava com os pais numa casa na rua Gonçalves Dias, 1458, bem em frente à Praça da Liberdade.  Por isso, muitos cenários dos romances O Menino no Espelho e O Encontro Marcado estão no entorno da Praça, que é rodeada de palacetes do governo mineiro.

A pé visitamos vários locais frequentados por Sabino. E contamos com a ajuda da pesquisadora da UFMG, Cristina de Souza. Ela elaborou um mapa com pontos significativos para o escritor e nos acompanhou durante uma tarde por alguns deles. Entre outros lugares, passamos pela Escola Afonso Pena, onde Fernando estudou com Hélio Pellegrino, um de seus amigos da vida inteira. Também estão ali o prédio da UFMG (estudou direito), e o antigo prédio do Estado de Minas; ali trabalhou e conheceu vários amigos e escritores.

Passamos ainda pelo Minas Tênis Clube e tivemos a sorte de acompanhar uma competição de natação. Naquela mesma piscina, Fernando Sabino treinava em sua juventude. Foi campeão e recordista nos 400 metros nado de costas.

Na Praça da Liberdade, Fernando, Otto, Hélio e Paulo puxavam angústia no primeiro banco, ou seja, discutiam os dilemas da vida e falavam muito de literatura. Não dá pra saber exatamente onde era este banco, mas imaginamos que fica próximo à moradia de Fernando. A casa foi demolida e no local há um prédio de quatro andares que abriga a Escola de Design da UEMG (Universidade Estadual de Minas Gerais). Foi lá dentro que fizemos uma pausa num dos dias para, exaustos de tanto caminhar, escolher um local para comer.

Na outra ponta da praça está o Palácio da Liberdade, antiga sede do governo mineiro. Lá Fernando se casou e passou a noite de núpcias. Sua noiva era Helena, filha do governador Benedito Valadares.

Passamos pelo viaduto Santa Tereza, famoso por seus arcos, que liga o Centro de BH ao bairro Floresta. Quem subia nos arcos era ninguém menos que o jovem poeta Carlos Drummond de Andrade, quando voltava do trabalho para casa. No romance o Encontro Marcado, os amigos Eduardo, Mauro e Hugo também sobem no viaduto em homenagem ao poeta. Fica a dúvida se na vida real Fernando e os três amigos também subiram.

Rio Acima, a terra de Geraldo Viramundo

Antiga estação ferroviária de Rio Acima, MG, cidade onde "nasceu" O Grande Mentecapto, Geraldo Viramundo - Foto: Da Janela
Antiga estação ferroviária de Rio Acima, MG, cidade onde “nasceu” O Grande Mentecapto, Geraldo Viramundo – Foto: Da Janela

De Belo Horizonte partimos para a parte do roteiro dedicada à Viramundo. Rio Acima foi a cidade onde o grande mentecapto nasceu e passou sua infância. Começamos a nossa imersão e foi bacana encontrar os detalhes presentes no livro que estão na cidade. No começo da história, o trem passava por Rio Acima, mas não parava pois não havia estação. Agora, nem passa mais, embora a estação e os trilhos ainda estejam lá. O prédio abriga a Secretaria de Cultura e a Biblioteca Municipal. Achamos vários exemplares dos livros de Fernando Sabino lá, inclusive O Grande Mentecapto. Experimentamos uma metalinguagem.

Também estavam lá o belo Rio das Velhas e o barranco onde a criançada assistia o trem passar. Encontramos até uma rua chamada Vigário José Sabino, uma das principais da cidade. Não conseguimos descobrir se era algum parente do escritor.

Além de bucólica, Rio Acima tem como atrativo a Serra do Gandarela, com belas paisagens naturais e cachoeiras com águas cristalinas.

Santuário do Caraça, um lugar mágico em Minas

Nave da Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens, Santuário do Caraça, Santa Bárbara, MG - Foto: Da Janela
Nave da Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens, Santuário do Caraça, Santa Bárbara, MG – Foto: Da Janela

Atravessamos a Serra do Gandarela de carro e chegamos até o Santuário do Caraça, antiga hospedaria religiosa que recebeu Dom Pedro 2º. O local, encravado no alto de uma reserva ambiental, isolado do restante do mundo, também foi colégio e seminário. A bela igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens oferece um espetáculo à parte. À noite é até mais linda que durante o dia.

O grande atrativo ali acontece logo após o jantar, quando os hóspedes se reúnem em silêncio no adro da Igreja e aguardam pacientes, mas ansiosos, que uma família de lobos-guará venha comer petiscos colocados pela equipe do Santuário.

Durante o dia é possível fazer trilhas pelas montanhas e cachoeiras e ainda um tour pelo Museu do Caraça, instalado nas ruínas de uma parte da hospedaria destruída por um incêndio.

Santa Bárbara, bela e bucólica

Antiga Estação Ferroviária de Santa Bárbara, MG - Foto: Da Janela
Antiga Estação Ferroviária de Santa Bárbara, MG – Foto: Da Janela

A pequena cidade não é badalada, mas guarda tesouros da época do Brasil Colônia, Império e da República Velha. O interior da Igreja Matriz de Santo Antônio nos surpreendeu com seu ouro quando entramos à noite, bem na hora da missa. Há ainda a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, bem simples, mas a única em que os negros podiam entrar. Quem nasceu na cidade foi o ex-presidente Affonso Penna e há um memorial dedicado a ele na casa onde morou.

Catas Altas, a pequena e deslumbrante cidade

Catas Altas, MG, ao fundo a lindíssima Serra do Gandarela - Foto: Da Janela
Catas Altas, MG, ao fundo a lindíssima Serra do Gandarela – Foto: Da Janela

Ao pé do outro lado da Serra do Gandarela está a bela e pequenina Catas Altas. Tem este nome porque ali se catava ouro no alto da montanha, catava mesmo, pois era encontrado na superfície.

A paisagem é fantástica, com o casario antigo tendo ao fundo os grandes morros da serra. Tivemos a sorte de encontrar o Flávio, que nos levou para um passeio por dentro da casa que foi de seu pai. Bastante preservada, com móveis antigos e soalho de madeira corrida. Comemos o famoso pastel de angu na padaria, acompanhados dos cachorros comunitários, identificados e muito bem tratados pela população local e pelos turistas.

Mariana e o seminário do Grande Mentecapto

Capela do antigo Seminário de Mariana, MG
Capela do antigo Seminário de Mariana, MG – Foto: Da Janela

Seguimos no final do dia para Ouro Preto, onde ficamos hospedados por duas noites. Dali fomos à Mariana em busca do seminário onde teria estudado Geraldo Viramundo. Passamos primeiro pelo Seminário de São José, inaugurado nos anos 1930. Visitamos a belíssima capela pintada pelo italiano Pietro Gentilli, o mesmo que pintou a Igreja dos Frades em Piracicaba, cidade da Gloria, e a Igreja Matriz de São Sebastião do Paraíso, cidade onde o Wanderley nasceu. Passamos cerca de uma hora ali dentro, apreciando, fotografando e filmando, sem vontade de ir embora.

Depois fomos para o campus da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) que funciona no antigo Seminário da Boa Morte em Mariana. Provavelmente foi ali que Geraldo Viramundo passou sua fase de seminarista. Os grandes prédios e os belos jardins nos dão uma noção de como era o local quando funcionava o seminário. A capela, infelizmente, está fechada para visitação.

Mergulhamos na história de Viramundo e o episódio que o tirou do seminário e o levou ao cemitério (ainda vivo). Já era noitinha e mesmo assim fomos ao Cemitério Santana, que tem uma bela vista do Centro Histórico.

Aliás, passear pelas ruas de Mariana é um enorme prazer e uma viagem no tempo. Além das construções coloniais, encontramos na cidade o Museu Casa de Alphonsus de Guimaraens, poeta.

Ouro Preto, onde Viramundo conhece o amor

Rua Direita, Ouro Preto, MG - Foto: Da Janela
Rua Direita, Ouro Preto, MG – Foto: Da Janela

Foi na Rua Direita que Geraldo Viramundo conheceu o estudante Dionísio. E também foi nas ruas de Ouro Preto que ele conheceu a sua amada Marília. Portanto, caminhamos pelas ruas sentindo no ar a história criada por Fernando Sabino. Não encontramos a casa com jeito de assombrada em que o escritor ficou hospedado e inspirou a crônica Fantasmas de Minas. Mas encontramos várias candidatas.

Congonhas e as estátuas de Aleijadinho

Estátua de Aleijadinho em Congonhas, MG - Foto: Da Janela
Estátua de Aleijadinho em Congonhas, MG – Foto: Da Janela

Geraldo Viramundo questionou os doze profetas de Aleijadinho no adro do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. Talvez seja um dos momentos mais intensos e belos de O Grande Mentecapto. A dura conversa ecoou em nossas mentes. Pudemos ouvir Viramundo questionar, em desespero, as injustiças da vida.

Começamos nossa visita à tarde e pegamos um belo dia de sol. Demoramos na produção de fotos e vídeos até que anoiteceu e nos permitiu um novo espetáculo com luzes e sombras diante das monumentais estátuas.

Tiradentes, uma passagem na antiga cadeia

Antiga Cadeia e atual Museu de Santana (primeiro plano), ao fundo, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Tiradentes, MG - Foto: Da Janela
Antiga Cadeia e atual Museu de Santana (primeiro plano), ao fundo, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Tiradentes, MG – Foto: Da Janela

Viramundo ouviu uma intrigante história de João Tocó, que estava preso na cadeia de Tiradentes. De sua cela, avistava somente a Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Fomos até lá. Hoje o prédio abriga o Museu de Sant’Ana, com uma grande e bela coleção de imagens barrocas da avó de Cristo. A Igreja do Rosário continua a mesma, mas não é mais possível vê-la da janela da antiga cela, pois as aberturas foram fechadas para proteger as peças do museu. Mesmo assim, com o celular nos vãos, conseguimos fazer algumas imagens da visão que Viramundo e João Tocó tiveram.

São João del Rei e sua beleza colonial

Vista a partir da frente da Igreja de São Francisco de Assis, em São João del Rei, MG - Foto: Da Janela
Vista a partir da frente da Igreja de São Francisco de Assis, em São João del Rei, MG – Foto: Da Janela

Cidade de muitas igrejas e de Otto Lara Resende (aliás, o amigo de Fernando Sabino aparece no livro O Grande Mentecapto, é fácil identificá-lo). Geraldo Viramundo passa uma temporada interessante na cidade, com alegrias e tristezas. Visitamos os locais por onde ele passou, as igrejas, a Ponte da Cadeia, o prédio do antigo hotel Espanhol. No Museu Tomé Portes del Rei vimos objetos ligados à uma tradição da cidade que Sabino traz divertidamente para o livro: as orquestras comunitárias.

Barbacena e o encontro com o filho de Fernando Sabino

Em Barbacena, com Bernardo Sabino, presidente do Instituto Fernando Sabino - Foto: Da Janela
Em Barbacena, com Bernardo Sabino, presidente do Instituto Fernando Sabino – Foto: Da Janela

Barbacena, que no século passado abrigava diversos manicômios, hoje possui o Museu da Loucura, para que nunca mais se repitam as atrocidades ali cometidas. A passagem pelo museu é impactante e incômoda, mas nos obriga a uma importante reflexão. Viramundo esteve em Barbacena e lá viveu muitas aventuras. Visitamos o Centro, onde houve um importante debate público com o mentecapto. Nos encontramos com Bernardo, filho de Fernando Sabino e presidente do Instituto FS, e com ele visitamos um roseiral, típico de Barbacena, conhecida como cidade das rosas.

Leopoldina, a cidade dos avós

Casa que foi de Nicola Savino, avô de Fernando Sabino, Leopoldina - MG - Foto: Da Janela
Casa que foi de Nicola Savino, avô de Fernando Sabino, Leopoldina – MG – Foto: Da Janela

Faltou o doce de manga que não deu tempo de procurar! Famosíssimo e tradicional na cidade, a iguaria é feita por doceiras, inclusive por uma tia de Fernando Sabino, que acolheu Viramundo em Leopoldina. Ainda está lá, na Praça do Ginásio, a casa de Nicola Savino, avô paterno de Fernando. Viajamos no tempo vendo o menino brincando na praça em frente à casa dos avós durante as férias, comendo doces.

Petrópolis, um descanso na serra

Catedral de Petrópolis, RJ - Foto: Da Janela
Catedral de Petrópolis, RJ – Foto: Da Janela

Encerrada a etapa mineira, subimos para Petrópolis no Rio de Janeiro. A cidade que abrigava a “casa de campo” do imperador Pedro 2º também foi visitada por Fernando Sabino para descansar.

O casario imperial é lindo e pensamos em quanto sangue foi gasto para construir a cidade para a família real no alto da serra. Fomos no fim de semana, e isso atrapalhou um bocado por conta do grande número de turistas. Mas tivemos a sorte de assistir um show com a cantora Karina Duque Estrada no Palácio de Cristal, na programação do Festival de Inverno.

Rio de Janeiro, onde Fernando Sabino escrevia

Calçadão de Copacabana, Rio de Janeiro, RJ - Foto: Da Janela
Calçadão de Copacabana, Rio de Janeiro, RJ – Foto: Da Janela

Buscamos vestígios do que foi o Rio de Janeiro de Fernando Sabino, que chegou à cidade em 1944 e viveu ali até sua morte em 2004. Foram 60 anos com duas breves interrupções quando morou fora do país. Ficamos na mesma quadra em que ele morava, em Ipanema, mas na confluência com Copacabana. Pertinho da Rua Canning, 22, buscamos um pouco do cotidiano dele. Encontramos no restaurante Americana, onde comia regularmente, um garçom que o atendia. Visitamos livrarias que frequentava e o Bar Bico, onde tomava café com amigos na madrugada.

Muitos locais não existem mais, ficaram só as cascas dos prédios. Como no antigo  Alcazar, ponto de encontro da boemia, para onde levaram o poeta Pablo Neruda certa vez. No lugar hoje funciona uma hamburgueria.

Passeamos nos calçadões de Ipanema e Copacabana, sentindo o olhar atento de Fernando Sabino, observando tudo como um menino que quer descobrir o mundo para contar na sua próxima crônica.

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